Rádio Harpa cristã

23 de março de 2012

Os Quatro Níveis de Relacionamento com Deus




Disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança ... Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou“ - Gênesis 1.26,27


Deus criou os seres humanos à sua imagem e semelhança. Entre outras coisas, isso significa que nos criou para nos relacionarmos com ele. Deus é um ser relacional. E nós, à sua semelhança, fomos feitos para o relacionamento, especialmente o relacionamento com ele.

A nossa realização na vida é nos alegrarmos nele e ele em nós. Contudo, esta relação está longe do que ele planejava. E nós podemos nos encontrar em um destes quatro níveis possíveis de relacionamento com ele.

1. Criatura / Criador


Tipo de amor: Amor Unilateral Compromisso por parte do Criador (Deus) de suprir as necessidades básicas da vida, mesmo não sendo correspondido.
A criatura depende de Deus, mesmo não o reconhecendo ou até o negando.

“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem. Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram ...“ - Salmo 14.1-3 .

“... Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos“ - Mateus 5.45 .

“Estamos trazendo boas novas para vocês, dizendo-lhes que se afastem dessas coisas vãs e se voltem para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há. No passado ele permitiu que todas as nações seguissem os seus próprios caminhos. Contudo, não ficou sem testemunho: demonstrou sua bondade dando-lhes chuva do céu e colheitas no tempo certo, dando-lhes comida com fartura e corações cheios de alegria“ - Atos 14.15-17 .

Este nível de relacionamento pode ser explicado pela sua ignorância a respeito dele, ou pela sua indiferença para com ele, ou por sua falta de seriedade ou constância de vida, ou por suas prioridades invertidas.
Ele, no entanto, está sempre tomando a iniciativa em relacionar-se conosco e numa base de amor. Esta é a conclusão de João quando escreve: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciação por nossos pecados“ - 1 João 4.10

E, independente de nossa reciprocidade, ele ainda supre todas as nossas necessidades básicas para viver.

2. Filho / Pai


Tipo de amor: Amor Erótico (amor egoísta).

Amor erótico aqui não se refere ao amor sexual, mas ao que este, quando exercido isoladamente, representa. Uma espécie de amor egoísta. A necessidade de ter os desejos pessoais satisfeitos.

Corresponde ao amor de uma criança para com seus pais.
A expressão principal é: “Me dá!“ ou “Mamãe, eu quero!“.

A criança precisa de aconchego, alimento, amor, atenção e isso faz parte desta fase da vida, contudo, este relacionamento expõe o alto grau de imaturidade dela.

Em nosso relacionamento com Deus, esse tipo de amor também não é errado em si, pois todos nós nos aproximamos dele movidos pelas nossas necessidades. Exs.: Paz, segurança, amor, estabilidade material, estabilidade relacional, etc. Quem começa a nova vida com Deus precisa de cuidados especiais. Precisa de quem cuide de suas feridas emocionais e espirituais. Precisa ser “carregado no colo“. O problema é que este deveria ser apenas um período passageiro. Deveríamos crescer e desenvolver outras formas de amor para com o nosso Pai celeste. Paulo percebe esta dificuldade na vida de algumas pessoas: “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições para isso. De fato, vocês ainda estão sem condições“ - 1 Co 3.1 .
O autor de Hebreus também identifica este problema: “... vocês se tornaram lentos para aprender ... Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir não somente o bem mas também o mal“ - Hebreus 5.11-14 .

Muitos têm estacionado no seu desenvolvimento espiritual e permanecem crianças e se relacionam com Deus como crianças imaturas. Não estão prontas a servir a Deus, mas só querem receber e serem servidas. Ficam reclamando a atenção para si, para seus problemas, para a sua comodidade. Não são capazes de fazer sacrifícios por Deus, mas esperam que outros se sacrifiquem por si. Não pensam no bem estar dos outros mas só no seu próprio. Parafraseando John Kennedy: “Não pergunte o que a igreja pode fazer por você, mas o que você pode fazer pela igreja“.

3. Servo / Senhor


Tipo de amor: amor Philía (amor condicional).

Este nível de relacionamento descreve a adolescência.

O adolescente é capaz de realizar muitas tarefas domésticas, como lavar o carro, cortar a grama do jardim, cuidar do cachorro, ajudar o pai ou a mãe no seu trabalho profissional como assistente. E ele/a o faz com eficiência, mas a sua motivação é proporcional à recompensa do seu trabalho.

A frase aqui é: “Que é que eu ganho com isso?“

Há uma certa expressão de amor aqui, mas este amor é baseado em uma troca. Eu faço, mas ... quero uma mesada, quero sair com o carro no fim de semana, quero sair com meus amigos, etc.

O mesmo pode acontecer na vida espiritual. Você vai crescendo na vida cristã e descobre que tem dons, capacidades e habilidades dados por Deus e com este potencial você está apto para prestar serviços, para cumprir tarefas e assumir algumas responsabilidades, servindo à igreja e aos irmãos.

Você vê a sua vida como Paulo descreveu a dele: “Portanto, que os homens nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus“ - 1 Coríntios 4.1 .

Mas, você ainda não é maduro o suficiente e facilmente se magoa se seu serviço não é recompensado, ou reconhecido ou quando é criticado.

Algumas vezes sua mágoa é diretamente contra Deus. Isso acontece quando você procura cumprir com suas obrigações cristãs (dando o dízimo e ofertas de amor, ou dedicando tempo ao ministério) e você espera ser abençoado, muitas vezes na área material, e isso não acontece como você esperava, ou até acontece o pior, você perde o emprego e a situação vai se arrastando por muito tempo.

Essa foi a experiência do irmão mais velho do “filho pródigo“. Ele permaneceu em casa, mesmo tendo recebido a sua parte da herança, trabalhando fielmente para o seu pai. Quando seu irmão retorna e é recebido com festa ele se revolta: “O filho mais velho ficou irado, e não quis entrar. Então, seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: “Olhe! Todos esses anos tenho trabalhado como um escravo para o senhor e nunca desobedeci às suas ordens. Mas o senhor nunca me deu nem um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os bens do senhor com as prostitutas, o senhor mata o novilho gordo para ele!““ - Lucas 15.28-30 .

Se você costuma reagir assim no seu serviço ao Senhor, você ainda é imaturo, pois trabalha na expectativa de receber a recompensa do seu trabalho. Você precisa descobrir um outro nível de relacionamento com o seu Deus, que deveria ser, definitivamente, a maneira como todos nós deveríamos nos relacionar com ele.

4. Amigo / Amigo


Tipo de amor: amor agápe (amor incondicional).

Este nível de relacionamento descreve a idade adulta.

A amizade é um relacionamento inexplicável, pois descreve um vínculo entre duas pessoas de sentimentos, compromissos e fidelidade que são compactuados em toda e qualquer situação. Ninguém se torna amigo de outra pessoa seguindo algumas regras de algum manual de amizade. Simplesmente isso acontece. É um mistério!

Com o amigo você pode abrir o seu coração e contar os seus segredos, expor sua intimidade, contar os seus sonhos sem temor de ser ridicularizado, falar de seus fracassos e falhas pessoais, sem medo de ser rejeitado, porque o amigo verdadeiro tem um interesse genuíno em seu bem estar e não convive com você com segundas intenções.

Um amigo serve o outro e não cobra por ter prestado o serviço.
Você faz qualquer coisa e a qualquer hora, movido pela amizade sincera. O que há por traz da amizade é essa espécie de amor “agápe“, que é o amor no seu estágio de perfeição. É o amor incondicional.

É o amor de Deus por nós. Deus nos ama, apesar de tudo e sempre está promovendo meios de estabelecer um relacionamento de amizade conosco. Num determinado momento de convivência com os seus primeiros discípulos Jesus lhes disse: “Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai, eu lhes tornei conhecido“ - João 15.15 .

Jesus deseja manter esse mesmo nível de relacionamento com você também. Ele quer tê-lo como amigo. Se você é amigo de Jesus, você o serve, simplesmente porque você o ama com amor “agápe“. Você não está esperando nada em troca, nenhuma recompensa, nem dele, nem da igreja que o representa aqui na terra. Você serve porque quer o bem estar dele e da igreja.
Você é capaz de suportar a indiferença, a crítica, o anonimato, seja lá o que for, mas continua servindo porque você o ama.

Conclusão


Como você tem se relacionado com Deus?

Você ainda está indiferente à ele?

Ele o ama e quer se tornar seu Salvador, seu Pai e Amigo. Entregue sua vida a ele.

Você ainda precisa de cuidados especiais?
Precisa ser curado das marcas do passado?

Ele o ama e pode curá-lo. Ele vai restaurá-lo e libertá-lo para que assim você possa retribuir o seu amor! Mas, se você já o conhece a tanto tempo e já tem experimentado o seu amor e continua sendo um bebê espiritual, exigindo ser carregado no colo, é tempo de confessar que você está espiritualmente doente.
Você precisa crescer!

Você já descobriu seu potencial de serviço? Então sirva ao Senhor e aos seus irmãos. Mas, sirva-os por amor, simplesmente porque você quer bem a Deus e aos seus irmãos.

Fonte do texto: Gospel10.com

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