Bruno Bahiense, líder do núcleo de Irajá da Fogospel,
e Mickael Ferreira, presidente da Fla Gospel
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Violência nos estádios e brigas entre torcidas infelizmente não são novidades. Mas o objetivo de mudar este cenário e pregar a diferença que Jesus faz, em todo aquele que nele crê, está fazendo com que torcidas evangélicas organizadas busquem cada vez mais espaço. Como é o caso da Fogospel (Botafogo) e da Fla Gospel (Flamengo), no Rio de Janeiro.
“É algo que não é lógico olhar para alguém e sentir um ódio de querer matar só porque está com uma camisa diferente. Tentamos passar a mensagem bíblica, de amar ao próximo como a si mesmo”, disse Mickael Ferreira, 37 anos, aspirante a pastor e presidente da Fla Gospel.
Modelo de camisa da organizada Fla Gospel |
“Muitas pessoas, no estádio, manifestam o desejo de deixar de lado essa coisa da violência. São elas que a gente tenta tocar. A Fogospel existe para se infiltrar ali”, explicou o pastor Hércules Martins, 41 anos, fundador da organizada.
Para atrair a atenção dos torcedores, as torcidas gospel distribuem panfletos que incluem o hino dos clubes, escudo, diagramação nas respectivas cores e, claro, salmos e citações (tudo escolhido a dedo para fomentar a paz). E funciona: um dos diretores da Fla Gospel, convertido após um tratamento contra as drogas, é ex-membro de uma das mais violentas facções rubro-negras.
“Eles sempre dizem que estão dando o troco por causa de alguma coisa, e vira um ciclo que não acaba nunca. Queremos retirá-los disso”, afirma Mickael.
Quem resume toda essa filosofia é o motorista Bruno Bahiense, 30 anos, líder do núcleo de Irajá da Fogospel: “Gostamos de futebol, mas valorizamos a vida acima de tudo. O ser humano está em primeiro lugar”.
“Ei, juiz, vai se converter!”, grita a organizada da Fogospel quando o árbitro erra. Na camisa o slogan “Jesus te ama” |
Xingar o juiz
A paixão pelo clube é a mesma de qualquer torcedor, porém a postura no estádio é bem diferente. Se você encontrar a galera gospel nas arquibancadas, não ouvirá os tradicionais xingamentos ao juiz nem tampouco aquelas ofensas violentas aos rivais.
“Não pode mesmo, é contra o que acreditamos. E temos que dar o exemplo. Se tivermos a mesma atitude, ninguém nos dará ouvidos”, ensina Mickael.
“Temos a mesma explosão quando o gol sai, se o juiz erra… Mas o palavrão não é do vocabulário do evangélico. Acompanhamos todos os gritos e cantos, desde que não tenha xingamento ou mensagem de violência”, contou o pastor Hércules. Ele também vê como preconceito quem estranha a existência das organizadas gospel: “Não é pecado ir ao estádio, se divertir. Gostamos do clube como qualquer outro torcedor”.
Fonte: Extra
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